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Jorginho Mello defende interesses de Santa Catarina frente à tarifa de 50% anunciada por Trump

 O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), divulgou na noite desta quarta-feira, 23 de julho de 2025, uma nota oficial em resposta à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 9 de julho. 

Créditos da Imagem: Reprodução/Yandex Imagens


A medida, que pode impactar significativamente a economia catarinense, levou a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) a criar um gabinete de crise e entregar um documento ao governador, cobrando ações para mitigar os efeitos. Até então, Mello havia se mantido em silêncio sobre o tema, o que gerou críticas de setores da sociedade e da classe empresarial.


Na nota, o governador reforçou seu compromisso em defender os interesses de Santa Catarina “em todas as frentes”, incluindo diálogos com os governos do Brasil e dos Estados Unidos. Ele destacou a importância dos EUA como parceiro comercial, especialmente para os setores industrial e do agronegócio, que representam uma parcela significativa das exportações catarinenses. Em 2024, conforme dados da Fiesc, Santa Catarina exportou cerca de US$ 2,5 bilhões para os Estados Unidos, com destaque para madeira, móveis, carne suína e motores elétricos. A tarifa, se implementada, pode comprometer a competitividade desses produtos no mercado americano.


A decisão de Trump, que tem forte cunho político-ideológico por sua defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi classificada por setores econômicos brasileiros como uma forma de “chantagem internacional”. A medida é vista como retaliação às investigações judiciais contra Bolsonaro no Brasil, incluindo a imposição de medidas cautelares pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, a nota de Mello evita abordar diretamente o contexto político, focando na necessidade de acompanhar os desdobramentos com responsabilidade e avaliar impactos com base em dados concretos.


O governador informou que o governo estadual está em diálogo com a Fiesc para analisar alternativas que minimizem os prejuízos à indústria local. Um estudo da entidade apontou que Santa Catarina pode ser o quarto estado mais afetado pelo “tarifaço”, com uma potencial perda de R$ 1,7 bilhão no PIB, atrás apenas de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. No entanto, Mello destacou que ainda não há deliberação oficial sobre a tarifa, que depende de negociações internacionais e da própria efetivação da medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025.


A nota também enfatiza que o comportamento dos mercados internacionais e as estratégias de adaptação das indústrias catarinenses serão cruciais para dimensionar os impactos. O governo estadual afirma estar articulando com lideranças internacionais para buscar equilíbrio na relação comercial com os EUA, embora não tenha detalhado quais ações específicas estão em andamento. A Fiesc, por sua vez, defende medidas como a diversificação de mercados de exportação e incentivos fiscais para empresas afetadas.


A ausência de posicionamentos anteriores de Mello sobre o tema gerou críticas, com posts no X apontando que o governador priorizou alinhamentos políticos em detrimento da economia catarinense. A resposta oficial, embora tardia, busca aplacar essas tensões, sinalizando um esforço para proteger os interesses do estado. A situação permanece incerta, e o diálogo entre governo, indústria e parceiros internacionais será determinante para o futuro das exportações catarinenses.




INFORMAÇÕES 


Rádio Alvorada 94,5 Fm 

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